Torrentes de água caem sobre mim,
lavam meu corpo ignorando o que fere...
Sou tocado pela água à me purificar,
quantas coisas são levadas neste rito a passar.
Não me permito mais às amarras,
não quero mais ser dominado pelo aparente...
Corro o risco de passar esse mundo de forma infeliz,
mas é o preço que se paga por se colocar nesta água corrente.
A água vem e como chuva tudo leva,
leva de mim os medos mas também as falsas ilusões...
Não mais seguir a ditadura do mundo,
muito menos se permitir viver no fosso profundo.
Preciso muito desta torrente,
muito do que sou preciso abdicar...
Os vícios da infelicidade que até então me dominam,
eu preciso na água corrente deixar passar.