Inebriado pela escuridão,
torpe pelo frio que à ela acompanha...
A penumbra sequestra minh'alma,
todo esse clima ao meu coração que assalta.
Na noite eu me reconheço ao mesmo tempo,
na mesma medida sinto que não sei quem sou...
Contradição pura em que eu me perco,
na noite a solidão e a multidão se encontram em meu peito.
Não vejo o horizonte mas no coração me apego,
tento sentir as batidas como seta e direção...
Em ritmos desregrados meu coração bate,
neste clima o vazio e a ânsia me invade.
Quem sabe no frio da noite você me reconheça,
no clima gélido a minha mão à ti se entenderá...
Na noite ainda a esperança persevera,
quem sabe você desta escuridão me resgatará?